MEANDROS


O teu riso
Nasceu em minha boca
Quando tua voz breve
Rouca...louca...pouca
Murmurava amores
Quando o teu corpo preciso
Exalava odores
E os teus olhos
Moravam, errantes, nos meus
Perdidos em desvios
Tortos feito rios
Navegamos em ondas assimétricas
Vozes cortadas, cortantes, cantantes
Pele molhada, suada, brilhante
Fomos cegos iluminados
Dois corpos em um ...colados
Em instantes de ilusão
Quando o gozo foi sim
E a voz rouca... não

PEDRA DO MARTELO


Desafiando a gravidade
Equilibrada no vento
Uma pedra em raridade
Se compara ao firmamento

Quase presa, quase solta
Parece até flutuar
Tem do amor a leveza
E da saudade o chorar

O vento que sopra forte
Tem com a pedra um elo
Respeitando o seu porte

E a chuva que cai serena
Sobre esta pedra em martelo
Sabe a suor de morenas

SEM TERRA

Sem Terra
Cem terras caminhas
Teus sonhos... plantações
Abundam, florescem
Um mar de algodões!
Pomares que crescem
Frutificam, florescem
No teu coração
Mas, como sonhos ficam
Nas marcas do teu caminhar
Porém nunca morrem
Não deixam de brilhar.
Em um país de mil terras
Muitos povos e credos
Pasmo, te entregas
Chorando o horror
Dos favores trocados
Do poder sem pudor
Do descaso
Governo vil!
Que p'ra PODER PERMANECER
Vende o BRASIL.

 

 

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Produzido por alface
Editado por Sóstenes N. Silva