UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

DISCIPLINA: GEOLOGIA INTRODUTÓRIA
PROF: GORKI MARIANO

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Assunto: METAMORFISMO/ ROCHAS METAMÓRFICAS

METAMORFISMO

As rochas metamórficas podem ser formadas a partir de rochas ígneas, sedimentares ou mesmo metamórficas, através de processos que envolvem variações de P (pressão), T (temperatura), e X (composição). Estes processos podem ocorrer a profundidades variáveis na crosta da Terra e implicam em rearranjo dos minerais constituintes das rochas, emprestando-lhes feições texturais caracterizadas por orientação de minerais, estiramento de minerais, estruturas planares e/ou lineares. Este conjunto de processos denominado metamorfismo ocorre no estado sólido.

Limite superior do metamorfismo - temperaturas altas que promovem fusão das rochas. Ë conveniente lembrar que a temperatura dos magmas varia de 650 - 1200 ° C.

Limite inferior do metamorfismo - temperaturas baixas relacionadas aos processos de formação das rochas sedimentares processos diagenéticos. Estes processos têm o limite máximo de temperatura em torno de 250 ° C.

TIPOS DE METAMORFISMO

Metamorfismo Regional - este tipo de metamorfismo abrange largas áreas (p. ex. Nordeste do Brasil) caracterizadas pela ocorrência de rochas metamórficas. A distribuição das rochas metamórficas permite a determinação da intensidade do metamorfismo e a sua variação de um lugar para outro. Este tipo de metamorfismo atua sobre uma gama de rochas distintas, formando rochas metamórficas também distintas. Tipos de rochas metamórficas formadas: filitos, xistos, gnaisses, etc.

Metamorfismo de Contato - este tipo de metamorfismo esta relacionado ao posicionamento de corpos ígneos a profundidades crustais rasas (epizona e mesozona). O corpo ígneo quente em contato com as rochas à sua volta (rochas encaixantes) possibilita a troca de calor, dando origem a uma zona de rochas metamórficas ao longo da borda do corpo. Este tipo de metamorfismo é de distribuição geográfica restrita. Freqüentemente, neste tipo de metamorfismo forma-se uma auréola de metamorfismo, caracterizada por composição mineralógica distinta. Tipos de rochas formadas: tactito ou skarnito

Metamorfismo Dinâmico - este tipo de metamorfismo é caracterizado por alta pressão e temperaturas que podem variar de baixas a altas. Esta associado a zonas de falhas ou cisalhamentos, onde blocos crustais são pressionados uns contra os outros. A área de abrangência deste tipo de metamorfismo é função direta da intensidade do falhamento, podendo afetar rochas de composição e origem distintas. Tipos de rochas formadas: milonitos.

FÁBRICAS DE ROCHAS METAMORFICAS

Foliação - estrutura planar desenvolvida por alinhamento de minerais, ou bandas composicionais.

Lineação - arranjo de minerais em linhas com terminação em ponto.

ROCHAS METAMORFICAS COM FOLIAÇÃO BEM DESENVOLVIDA

Filito - rocha muito fina (granulação silte/argila), apresentando brilho sedoso em sua superfície e uma clivagem bem desenvolvida.

Xisto - rocha de granulação média a grossa (> 1 mm ), podendo apresentar dobras, lineações ou microdobramentos da foliação (crenulação).

Gnaisses - alguns gnaisses apresentam boa foliação ou alternância de bandas composicionais (bandas claros - quartzo + feldspatos e bandas escuras - micas, anfibólios, etc)

ROCHAS METAMÓRFICAS FRACAMENTE FOLIADAS

Milonito - rocha formada em zonas de falhas. A deformação pode ser tão intensa que a rocha adquire um aspecto maciço.

Migmatito - rocha composta por uma porção ígnea e outra metamórfica. Estruturas variáveis (dobras, lineações, foliações, maciças).

ROCHAS METAMORFICAS NÃO FOLIADAS A FRACAMENTE FOLIADAS

Quartzito - rocha metamórfica formada a partir de metamorfismo de arenito. Esta rocha possui estrutura planar desenvolvida pelos minerais placosos (micas). Rocha comumente utilizada com fins ornamenentais (revestimento interno, externo e pisos).

Mármore - rocha metamórfica formada a partir de metamorfismo de calcário.

Ganisses - algumas rochas gnáissicas são fracamente foliadas, ou possuem foliação irregular.

PROTÓLITO

Denomina-se protólito a rocha que, por processos de metamorfismo, deu origem a rocha metamórfica. A determinação do protólito é fundamental importância para a compreensão da evolução tectônica de determinada região.

Alguns exemplos de protólitos:

Mármore - protólito calcário (rocha sedimentar)

Quartzito - protólito arenito (rocha sedimentar)

Gnaisses - podem ter origem ígnea (protólito ígneo) ou sedimentar (protólito sedimentar)

TERMOS APLICADOS A ROCHAS METAMÓRFICAS

ORTO-GNAISSE - rocha gnáissica derivada de uma rocha ígnea.

PARA-GANISSE - rocha gnáissica derivada de uma rocha sedimentar.

META - o termo meta é utilizado em associação com o nome da rocha antes do metamorfismo (protólito) - METACONGLOMERADO - identifica uma rocha sedimentar (conglomerado) submetida a processos metamórficos.

USO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS

Rochas ornamentais - as ardósias, filitos, quartzitos e mármores são freqüentemente utilizados como pedras de revestimento. O mármore é também utilizado na confecção de mesas, balcões, lápides. Várias esculturas famosas foram feitas em mármore (Moises e Davi de Michelangelo).

Recursos minerais - algumas zonas de metamorfismo de contato são ricas em minerais de interesse econômico (p. ex. província schelitifera do Rio Grande do Norte).

FOTOGRAFIAS DE ALGUMAS ROCHAS METMÓRFICAS


Filito - Rocha metamórfica de granulação fina e brilho sedoso.

Xisto - rocha metamórfica com foliação bem desenvolvida, denominada xistosidade. Os xistos são formados a partir de metamorfismo em rochas sedimentares. Quando são ricos em biotita (mica escura) recebem a denominação de biotita xisto. Minerais constituintes: quartzo, feldspatos, micas.

Gnaisse - rocha metamórfica de granulaão média a grossa. Composição mineralógica - quartzo, feldspatos, micas, anfibólios, etc. Alguns gnaisses apresentam alternância de bandas composicionais (bandas claras e escuras) e foliação bem desenvolvida.

Exemplo de Obra artistica construída em mármore

Estátua de Moisés esculpida em márore por Michelangelo Bounaroti, Itália, século XVI.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

•Winkler, H. G. F. 1977. Petrogênese das rochas metamórficas. Editora Edgard BlucherLTDA. 254p.

•Teixeira, W.; Toledo, M. C. M.; Fairchild, T. R.; Taioli, F. 2000 Decifrando a terra. Oficina de Textos 549p.

•Ernst, W. G. 1988. Minerais e Rochas. Série de textos básicos em geociências. Editora Edgard BlucherLTDA 162p.

 

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Produzido por alface
Editado por Sóstenes N. Silva