UNIVERSIDADE FEDERAL
DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA
E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
DISCIPLINA: GEOLOGIA INTRODUTÓRIA
PROF: GORKI MARIANO
gm@ufpe.br
Assunto:
1 ESCALA é a relação entre as dimensões
representadas em mapa e os seus equivalentes reais. Em um mapa com
escala 1:10.000, cada unidade de dimensão no mapa corresponderá a
10.0000 unidades na superfície da terra que o mapa cobre.
Nesta escala um centímetro no mapa corresponderá a
10.000 centímetros no campo, i.e. 100 metros . A finalidade
das escalas é possibilitar a representação em
mapas (topográficos, geológicos, temáticos diversos,
etc) de feições do campo. Uma maquete de um edifício é uma
representação do prédio em escala.
As escalas podem ser numéricas ou gráficas.
Escala numérica 1:10.000 (lê-se 1 para 10.000), um
centímetro no mapa corresponde a 100 m no campo.
Escala gráfica
Como a escala é fração, torna-se
fácil entender que 1:25.000 é uma escala menor do que
1:10.000. Concordam???
Desta forma as escalas menores servem para mapas com finalidades
regionais. O mapa geológico de Pernambuco está na escala
de 1:500.000. Neste mapa, 1 centímetro corresponde a 5 km
no campo. Esta escala é necessária para representar
todo o estado em um único mapa
O mapa geológico do Brasil é disponível na
escala de 1:1000.000. Mapa milionésimo do Brasil. Qual a relação
entre grandezas no mapa e no campo nesta escala?
Fica claro que a escala de trabalho é diretamente relacionada
com as necessidades de detalhe do mesmo. Em uma escala pequena só é possível
a representação de estruturas grandes. Exemplo: no
mapa geológico de Pernambuco um corpo geológico em
forma de dique com 50 m de largura seria representado com um décimo
de milímetro. Não seria possível sua representação.
2. MAPAS os mapas são representações das
feições (topográficas, geológicas, geomorfológicas,
etc) de determinada área em planta. Os mapas são também
chamados de carta. Alguns tipos de cartas:
Carta Topográfica mapa de uma determinada região,
em uma escala definida pela necessidade de detalhe do trabalho, que
ilustra as feições naturais e construídas pelo
homem (represas, vias férreas, estradas etc). O mapa ou carta
topográfica permite a determinação da altitude
através da utilização de curvas de nível.
O que são curvas de nível???
Curvas de nível - imagine uma elevação qualquer
cortada por planos paralelos eqüidistantes entre si. Os contorno
obtidos através destes cortes são lançados em
planta. Estes contornos vão definir linhas representando altitudes
distintas. Estas linhas recebem o nome de curvas de nível
(curvas que representam o nível topográfico variações
de altitude do terreno).
Figura 1 - Representação de curvas
de nível
em superfície e em planta.
A figura acima ilustra a obtenção de curvas de nível
e sua visão em planta mapa topográfico.
Nível de referência as curvas de nível tem
no nível do mar a referencial 0 m .
No laboratório estude os mapas topográficos determinando:
-escala; espaçamento das curvas de nível; feições
naturais (rios, lagos, serras etc.) e antrópicas (barragens,
estradas de ferro e rodovias),
-carta náutica apresenta relevo subaquático. -carta temática pode ser apresentada com temas diversos.
Por exemplo carta das áreas de morro com risco de deslizamento;
carta de áreas de possível contaminação
do aqüífero Beberibe na região metropolitana de
Recife; carta da áreas com possibilidade de sofrerem alagamentos;
etc.
SIMBOLOGIA EM MAPAS
Mapas topográficos, geológicos e temáticos
diversos utilizam simbologia para representação das
várias feições observadas. Esta simbologia é apresentada
no mapa na legenda. Em mapas topográficos são utilizadas
simbologias para representar cemitérios, aeroportos, rios,
pontes, casas, cidades, etc. Em mapas geológicos as simbologias
representam feições geológicas tais como: contatos
entre rochas, tipos de rochas distintas, estruturas planares e lineares,
etc. O conhecimento destas simbologias auxiliam na interpretação
dos mapas (leitura dos mapas).
SISTEMA DE COORDENADAS
Os mapas possuem dois sistemas de coordenadas. Estes sistemas têm
como finalidade a localização da área coberta
pelo mapa na superfície da terra. O primeiro é baseado
em Meridianos e Paralelos e expresso em graus.
Meridianos - são linhas
imaginárias
que passam através
dos pólos em torno da terra. Para facilitar a utilização
deste sistema de coordenadas foi estabelecido o marco zero como sendo
o meridiano que passa no observatório de Greenwich, na Inglaterra.
Desta forma a longitude, que tem por base os meridianos pode ser
W (oeste), quando a área fica a oeste de Greenwich ou E (leste),
quando a área fica a leste de Greenwich.
Paralelos - são linhas imaginarias que passam através
da terra perpendiculares ao seu eixo. O ponto central é o
Equador que divide a terra em duas partes iguais. Desta forma a Latitude
de determinada área é representada com N (norte do
equador) ou S (sul do equador).
Estes dois conjuntos de linhas imaginárias dividem a terra,
dando origem ao sistema de coordenadas geográficas, como mostra
a figura abaixo.
Latitude - distância em graus minutos e segundos em relação
ao equador. Desta forma nós estamos em Recife a Sul do equador
.
Longitude - distância em graus, minutos e segundos em relação
ao meridiano de Greenwhich. Em Recife estamos a oeste do meridiano
de Greenwhich.
Laboratório: Utilizando um mapa topográfico
Folha Recife determine as coordenadas geográficas da Veneza
brasileira.
Figura 2 - Sistema de Coordenadas geográficas (Meriadiano
e Paralelos – Longitude e latitude).
SISTEMA DE COORDENADA UTM
Este sistema de coordenadas tem por base a projeção
Universal Transversa de Mercator UTM. Trata-se de um sistema linear
com utilização de números inteiros e distâncias
em kilometros e metros em função da escala utilizada.
A projeção de Mercator divide a terra em 60 fusos
com 6 graus de longitude cada. Cada fuso possui um meridiano central.
Quando o meridiano central de cada fuso cruza o equador este tem
o valor de 500.000 m E, com distâncias em sentido leste/oeste
e para o Equador 10 000 000m para o hemisfério sul e 0 m para
o hemisfério norte.
Desta forma um ponto localizado à leste do meridiano central
(MC) de um determinado fuso, tem a sua distância em metros
somada ao valor do MC (500 000 + distância do ponto em metros)
Pontos localizados a oeste do MC têm sua distância subtraída
de 500 000. Estas medidas têm equivalência com Longitude
do sistema de coordenadas geográficas.
Um ponto localizado a sul do Equador tem sua distância em
metros subtraída de 10 000 000. Se o ponto for localizado
a norte do Equador sua distância em relação ao
equador é somada a 0m.
O sistema UTM permite a utilização de distância
na escala métrica facilitando a localização
em mapas topográficos. Atualmente os aparelhos de GPS já fornecem
a localização de pontos em UTM.
Figura 3 - Cálculo de coordenadas em UTM.
A figura 3 mostra o esquema para cálculo das coordenadas
em UTM. Meridiano central MC da quadricula com valor de 500 000
metros E. Equador com valores de 10 000 000 para o hemisfério
sul e 0 para o hemisfério norte.
DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
Denomina-se declinação magnética
ao artifício
utilizado para fazer z coincidência do norte geográfico
ou verdadeiro com o norte magnético. As medidas de direção
na bússola são efetuadas em relação ao
norte magnético. Este fato ocorre porque a agulha da bússola é magnética
e sempre aponta para o norte magnético. Todavia há uma
diferença angular entre o Norte Verdadeiro e o norte magnético
Norte do pólo magnético da terra. Esta diferença
angular recebe a denominação de declinação
magnética. A bússola declinada vai efetuar medidas
diretamente em relação ao norte geográfico.
Figura 4 - Esta figura ilustra as relações entre norte
magnético e norte verdadeiro ou geográfico.
Referências
Santos, Maria do Carmo S. R. 1989. Manual de fundamentos cartográficos
e diretrizes gerais para elaboração de mapas geológicos
, geomorfológicos e geotécnicos. IPT Instituto de
Pesquisa Tecnológicas São Paulo SP. 52p.
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