UNIVERSIDADE FEDERAL
DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA
E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
DISCIPLINA: GEOLOGIA INTRODUTÓRIA
PROF: GORKI MARIANO
gm@ufpe.br
TEMA: A TEORIA GEOSSINCLINAL CLÁSSICA
CONCEITOS:
Diastrofismo - termo geral que engloba todos os movimentos na crosta da Terra
(soerguimento, subsidência, arqueamento, deslocamentos, basculamentos). Os movimentos que ocorrem na crosta da Terra são resultado de esforços tectônicos e atectônicos e podem variar em direção e tempo, i.e. podem ser bastante rápidos ou ter uma taxa de velocidade muito baixa. Na maioria dos casos a taxa de velocidade de ocorrência de determinado evento geológico é bastante lenta e, desta forma, imperceptível ao homem. Alguns eventos ao contrário são muito rápidos e freqüentemente
danosos, resultando em perdas materiais e humanas (terremotos, vulcanismos,
etc).
Os movimentos diastroficos são diretamente proporcionais a plasticidade das rochas da crosta da Terra e a intensidade de pressão e temperatura a que estas são submetidas ao longo do tempo. Quando esforços são aplicados às rochas por um período de tempo longo a deformação
torna-se permanente, resultando em fraturas ou dobramentos.
Os movimentos tangenciais na crosta da Terra promovem
o desenvolvimento de dobramentos e falhamentos. Estes esforços compressivos podem dar origem às falhas de empurrão ou a dobramentos ou a evolução de um dobramento até uma falha de empurrão. Esse sistema de esforço é comumente denominado de tectônica tangencial ou movimentos orogênicos. Estes tipos de movimentos são comuns em regiões de cadeias de montanhas sendo classificados como movimento orogenéticos. O termo epirogênese ou movimentos epirogenéticos é reservado
para grades deslocamentos verticais na crosta da terra.
A TEORIA GEOSSINCLINAL CLÁSSICA
GEOSSINCLINAL
Def. - Zonas em depressão que servem como armazenamento
de sedimentos, cujo pacote pode atingir grande espessura.
GEANTICLINAL
Def. - Zonas elevadas, situadas dentro dos geossinclinais
ou próximo a estes.
De acordo com a teoria geossinclinal clássica, durante o Paleozoico e eras posteriores formaram-se zonas de grande mobilidade sob a forma de faixas ou cinturões móveis. Nestas faixas móveis o estágio inicial de sedimentação foi seguido por eventos ígneos, dobramentos e oscilações complexas que deram origem à formação de cadeias de montanhas. Estes eventos ocorriam de forma cíclica. Para tentar explica-los, o conceito de Ciclo Geológico foi elaborado. para a teoria geossinclinal clássica um ciclo geológico
era composto por:
a) Subsidência de uma porção da crosta - formação
do geossinclinal
b) Deposição de sedimentos
c) Compactação / compressão/ subsidência/ sedimentação
d) Dobramentos e falhamentos intensos seguidos ou ocorrendo
de forma simultânea a magmatismo (plutônico e vulcânico) e metamorfismo, tendo como resultado final a formação
de cadeias de montanhas.
CRÁTONS - blocos estáveis há longo tempo. por tratarem-se de blocos rígidos somente são submetidos a deslocamentos verticais. Inicialmente eram considerados como sendo compostos por porções continentais e porções oceânicas e posteriormente foram restritos a zonas continentais. O conceito de Crátons foi amplamente aceito dentro do meio geológico e mesmo com o advento da teoria tectônica de placas este termo continuou a ser usado da mesma forma. No Nordeste do Brasil a área cratônica de maior importância é o craton de São
Francisco, margeado por faixas de dobramentos.
OROGÊNESE - processos orogenéticos dão origem a elevação
de massas montanhosas.
EPIROGÊNESE - termo relacionado com o soerguimento de largas massas de dimensões
continentais.
ISOSTASIA - diferenças topograficas entre massas rochosas situadas à superfície da Terra e o nivel do mar e a deficiência de massa entre a lâmina d'àgua e o fundo dos oceanos são compensados por massas de sinal oposto situadas em profundidade. O rpincipio de isostasia tem por base a flotação de massas rochosas na crosta da Terra. Este princípio é semelhante a flotação
de icebergs.
A teoria geossiclinal clássica teve origem a partir do estudo das cadeias de montanhas que compunham os Apalhaces, conduzidos por James Hall (1859). Estudando os Apalaches james Halll fez as seguintes observações:
a) grande espessura sedimentar (12.000m).
b) os sedimentos eram em sua maioria arenosos de água rasas evidenciando subsidância do assoalho da bacia oceânica
devido a sobrecarga de sedimentos.
c) ocorrência de dobramentos como conseqüência da subsidência,
associados a falhmanetos nas bordas da bacia.
d) evidencia de metamorfismo em certas formações da pilha sedimentar, provavelmente condicionado pela pressão
e temperatura na base do pacote de rochas sedimentares.
James Hall foi o primeiro a sugerir a existência
de bacias alongadas, sem no entanto ter feito uso do termo geossinclinal.
Outros Pesquisadores
Dana, D. J. (1866-1871) -
Associação de taxa de sedimentação vs. taxa de subsidência
Uso do termo Geossinclinal (1873)
Uso do termo Geanticlinal
Alternância entre épocas de quietude vs. épocas de esforços compressívos (Fase orogênica)
Acreção Continental - cada geossinclinal
era incorporado ao contionente.
Stille, H. (1913-1941)
Elaborou uma classificação detalhada
para geossinclinais
Auboin - (1965)
Paleogeografia dos períodos de desenvolvimento
de um geossinclinal
a) Estágio de Geração
b) Estágio de desenvolvimento - maturidade e compactação
c) Estágio orogênico - soerguimento
Belloussov 1962
Geólogo Russo defensor da teoria do Geossinclinal e com posições fortemente contrarias à Teoria Tectônica
de Placas - considerada por ele e por seus seguidores como geopoesia.
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